Marketing de Experiências: Transforme Clientes em Fãs Criando Momentos Inesquecíveis

Marketing

Por: Cleber Domingues

Em: 17 de setembro de 2025

Marketing de Experiências: Transforme Clientes em Fãs Criando Momentos Inesquecíveis

Resumo

Este artigo mostra como usar o marketing de experiências para criar momentos que os clientes amem e que os façam agir. Vimos livros e exemplos reais para entender o que é importante: emoção, fazer as coisas do seu jeito e contar histórias. O que descobrimos? As marcas que investem em experiências que tocam os sentidos e o coração conseguem que as pessoas se envolvam mais e continuem voltando.

Introdução

Hoje em dia, todo mundo está conectado e cheio de informações. Por isso, os clientes sabem bem o que querem e escolhem as marcas com cuidado. Não basta ter um produto bom; tem que ser algo especial, que faça sentir, criar laços e lembrar para sempre. É aí que o Marketing de Experiências entra, transformando o dia a dia em momentos incríveis, fazendo com que os clientes se sintam parte de algo e voltem sempre.

As empresas estão mudando a forma de pensar e se mostrando de um jeito diferente. Em vez de só vender, elas querem criar sensações, contar histórias e montar cenários que envolvam o cliente em todos os sentidos. Isso vale muito para lojas, shows, hotéis e tecnologia, onde o importante é impressionar e agradar.

Este artigo quer descobrir como as experiências que planejamos podem fazer a diferença para o cliente, chamando a atenção, fazendo com que ele compre e se mantenha fiel. Para isso, vamos analisar ideias, exemplos e o que as empresas estão fazendo para mostrar como as experiências trazem valor para a vida das pessoas. Queremos entender o que torna uma experiência inesquecível e como fazer para que as marcas marquem a vida dos clientes.

O que já se sabe sobre o assunto

Nos últimos anos, o Marketing de Experiências ganhou força porque as pessoas dão mais valor às emoções e ao que vivem quando consomem algo. Vários autores ajudaram a construir essa ideia, cada um com seu jeito de pensar, o que enriquece a conversa.

O Marketing de Experiências mudou bastante a forma como as marcas e os clientes se relacionam. Em vez de só mostrar as qualidades do produto, ele tenta criar momentos para serem lembrados, que toquem os sentidos, causem emoções e mostrem o valor da marca.

Vamos ver o que os principais teóricos dizem sobre isso.

Bernd Schmitt (1999, 2002, 2006, 2010): O que é Marketing de Experiência.

Schmitt é um dos maiores nomes do marketing de experiência. Ele criou cinco tipos de experiências que as marcas podem oferecer: sensoriais, afetivas, cognitivas, físicas e sociais. Para ele, o cliente quer mais do que produtos; quer viver algo completo, que use todos os sentidos e tenha um significado especial.

Os cinco tipos de experiência que Schmitt propõe:

Sensoriais: coisas que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e saboreamos. Afetivas: emoções e sentimentos.

Cognitivas: coisas que nos fazem pensar e usar a criatividade.

Físicas: como nos comportamos e vivemos.

Sociais: como nos conectamos com outras pessoas e com a cultura.

Schmitt acredita que as experiências bem desenvolvidas criam um valor que vai além do produto em si, tocando as emoções.

Pine & Gilmore (1999): A Era da Experiência.

Os autores do livro A Economia da Experiência dizem que as empresas têm que criar experiências como se fossem peças de teatro. Eles falam que o valor está no que o cliente vive, não só no produto. Essa ideia mudou muito o turismo, o entretenimento e as lojas.

No livro A Economia da Experiência, os autores dizem que as empresas devem criar experiências como se fossem peças de teatro e dividem as experiências em quatro áreas:

Entretenimento: fazer com que o cliente se sinta mais envolvido.

Educação: ensinar sobre o produto, as estratégias e como ele funciona.

Estética: mostrar a empresa para as pessoas que procuram o que ela oferece e vender mais.

Escapismo: levar o cliente para outro mundo, longe do estresse do dia a dia.

A experiência é melhor quando o cliente se entrega e se envolve ao mesmo tempo, criando algo para ser lembrado e que faz a marca ser diferente.

Lanier Jr. & Rader (2015): Tipos de Experiência.

Esses autores criaram uma forma de classificar as experiências, levando em conta se o cliente quer participar e o quanto ele se envolve. A experiência pode ser tanto algo que acontece sem querer como algo planejado, e isso muda a forma como lembramos dela e como agimos depois.

Os autores classificam as experiências de acordo com a vontade do cliente e o quanto ele se envolve:

Planejada ou por acaso

Participa ou só assiste

Essa classificação ajuda a entender por que cada pessoa reage de um jeito diferente à mesma experiência.

Vieira dos Reis, Brito & Mussoi de Freitas (2020)

Em um estudo sobre turismo, esses autores mostram que o cliente participar da criação da experiência é muito importante. Fazer com que o cliente ajude a construir o que ele vai viver faz com que ele se lembre mais e se mantenha fiel ao lugar ou à marca.

Agapito et al. (2014): Marketing dos Sentidos

Agapito e outros autores mostram que usar os sentidos, como sons, cheiros e texturas, é essencial para criar experiências que prendam a atenção. Isso funciona muito bem em lugares como lojas, restaurantes e museus. Usar os sentidos — sons, cheiros e texturas — muda a forma como vemos e lembramos da experiência. Isso é importante em lugares onde as pessoas estão presentes.

Buhalis & Sinarta (2019)

Esses autores criaram a ideia de serviço do agora, que mostra como é importante fazer as coisas de acordo com o gosto de cada cliente em tempo real. A experiência muda de acordo com o que o cliente faz e gosta, o que aumenta o impacto emocional e faz a marca ser mais importante para ele.

Holbrook & Hirschman (1982): O Lado Bom do Consumo.

Esses autores mostram que, muitas vezes, compramos coisas por prazer, por fantasia, por sentimentos. O consumo é visto como algo que mexe com as emoções, com a beleza e com o que as coisas representam, e não só pela razão.

Berry, Carbone & Haeckel (2002): Como Criar a Experiência

Eles defendem que a experiência deve ser pensada em cada detalhe, em cada contato com o cliente. Eles criaram a ideia de pistas — detalhes sensoriais, práticos e emocionais que mudam a forma como o cliente vê a marca.

Dwyer (2016): O Cérebro e a Experiência da Marca.

Estudos mostram que as emoções e as experiências passadas têm mais peso na forma como vemos as marcas do que as qualidades do produto. Por isso, é importante criar experiências que toquem as áreas do cérebro responsáveis pelas emoções.

fMRI no marketing:

O fMRI é uma técnica que mostra o que acontece no cérebro dos clientes quando eles veem algo relacionado a uma marca, como um anúncio. Isso ajuda a entender como as emoções, a memória e as decisões se conectam e influenciam o que compramos. O fMRI é uma das melhores formas de entender por que compramos o que compramos, especialmente para prever o que vai vender mais.

Larocca et al. (2020): O Que Pensam os Brasileiros.

Autores brasileiros como Larocca, Ladeira, Silva e Mello fizeram um estudo sobre o marketing de experiências, mostrando como ele mudou e como é usado no Brasil.

Eles reforçam que é importante ter um objetivo e fazer com que o cliente participe da criação da experiência. Essas ideias mostram que o marketing de experiências é um campo com muitas faces, que envolve desde os sentidos e as emoções até fazer com que o cliente participe e personalizar as coisas.

A teoria nos mostra que o cliente é complexo e que suas decisões são influenciadas por experiências que vão além da razão. A teoria do marketing de experiências junta várias áreas, como psicologia, sociologia, neurociência e design.

Criar momentos para serem lembrados exige mais do que criatividade; é preciso entender como as pessoas se comportam e quais emoções influenciam suas decisões.

Exemplos Práticos

Vamos ver alguns exemplos de empresas e marcas do Rio Grande do Sul, especialmente da Serra Gaúcha, que usam o marketing de experiências e oferecem aos clientes coisas que tornam suas experiências inesquecíveis, influenciando suas decisões de compra, fazendo com que se tornem fiéis e defendam a marca.

Parque da Cascata do Caracol

Tipo de experiência: Contemplação, sentidos e emoção Ideias usadas:

Schmitt (1999): Sentidos, Sentimentos, Ação

Pine & Gilmore (1999): Beleza e Refúgio

Descrição:

O Parque Estadual do Caracol oferece uma experiência em meio à natureza da Serra Gaúcha. A trilha, a vista da cascata de 131 metros e o elevador panorâmico tocam os sentidos e causam emoções de admiração e paz.

A Escada da Perna Bamba, com mais de 700 degraus, transforma o esforço em algo que a pessoa se orgulha, criando lembranças marcantes.

O que o cliente sente como experiência:

Sentidos: sons da cascata, cheiros da mata, vista incrível

Afetivas: paz, superação, ligação com a natureza

Físicas: caminhadas e escadas

Estética: a natureza encanta

Escapismo: esquece da cidade

Resultado: A visita ao parque se torna uma história pessoal, onde o turista vive um momento único e emocionante. Isso faz com que ele volte, recomende o lugar e queira reviver a experiência.

Skyglass Canela

Tipo de experiência: Aventura, medo e beleza Ideias usadas:

Schmitt: Emoção, Pensamento, Ação

Pine & Gilmore: Refúgio e diversão

Descrição:

A plataforma de vidro sobre o Vale da Ferradura oferece adrenalina e uma vista incrível. A atração Abusado, que deixa o visitante suspenso a 360 metros de altura, causa emoções fortes e faz pensar sobre coragem e superação.

O que o cliente sente como experiência:

Afetivo: emoção, medo, alegria

Pensar: desafio, superação de limites

Físico: participa da experiência

Escapismo: sai da zona de conforto

Resultado: A experiência é dividida nas redes sociais, mostrando o valor da visita. O visitante vira um divulgador do lugar, aumentando o alcance da atração.

Parque Terra Mágica Florybal

Tipo de experiência: Brincadeira, aprendizado e imersão Ideias usadas:

Schmitt: Sentidos, Emoção, Relação

Pine & Gilmore: Diversão e educação

Descrição:

Com dinossauros que se mexem, personagens de contos de fadas e cenários temáticos, o parque oferece um dia de diversão para crianças e famílias. Os ambientes e as histórias criam uma experiência, onde o visitante é o personagem principal.

O que o cliente sente como experiência:

Sentidos: cores, sons, texturas

Afetivo: alegria, nostalgia, encantamento

Relacionamento: conexão com a família e amigos

Entretenimento: diversão

Educação: curiosidade e aprendizado

Resultado:

A experiência é inesquecível para crianças e adultos, criando laços com o lugar e fazendo com que a família queira voltar sempre.

Bondinhos Aéreos Parque da Serra

Tipo de experiência: Vista e sossego Ideias usadas:

Schmitt: Sentidos, Emoção

Pine & Gilmore: Beleza

Descrição:

Os bondinhos passam pelo cânion em frente à Cascata do Caracol, mostrando a paisagem de vários ângulos. A experiência é segura, confortável e impressiona pela beleza.

O que o cliente sente como experiência:

Sentidos: vista panorâmica, sons da natureza

Afetivo: paz, admiração

Estética: apreciação da paisagem

Resultado:

A experiência mostra o valor da região e completa o passeio com um momento de calmaria e beleza. Esses lugares mostram como usar o Marketing de Experiências para transformar o turismo em algo emocionante, sensorial e especial. Cada parque oferece diferentes tipos de experiência, criando lembranças que fazem com que as pessoas se envolvam, recomendem e voltem sempre.

Conclusão

Vimos que autores como Schmitt, Pine & Gilmore, Holbrook & Hirschman e Berry & Carbone oferecem ideias para entender o que torna uma experiência inesquecível. Coisas como usar os sentidos, contar histórias, fazer o cliente participar, criar ambientes e ter um propósito são essenciais para tocar o cliente e mostrar o valor da marca.

Os exemplos que vimos — Parque da Cascata do Caracol, Skyglass Canela, Parque Terra Mágica Florybal e Bondinhos Aéreos — mostram como essas ideias são usadas na prática. Cada lugar oferece algo diferente, seja a beleza da natureza, a emoção da aventura ou a diversão da brincadeira. O visitante não só vê o lugar, mas vive uma experiência completa, criando lembranças que duram e fazem com que ele se sinta ligado ao destino.

O Marketing de Experiências mudou a forma como as marcas e os lugares de turismo se relacionam com as pessoas. Em vez de focar no produto, ele valoriza o que o cliente vive, reconhecendo que ele quer mais do que coisas úteis; ele quer conexão, emoção e significado. Criar momentos para serem lembrados se torna uma forma de chamar a atenção, fazer com que o cliente compre e se mantenha fiel.

Esses exemplos mostram que o sucesso de uma marca ou lugar não depende só da estrutura ou do serviço, mas da capacidade de encantar, envolver e emocionar. O Marketing de Experiências não é só uma moda, mas uma forma de responder ao que as pessoas querem: algo autêntico e especial no que consomem.

Referências

AGAPITO, D.; MENDES, J.; VALLE, P. O. de. Exploring the conceptualization of the sensory dimension of tourist experiences. Journal of Destination Marketing & Management, v. 3, n. 3, p. 123–132, 2014.

BERRY, L. L.; CARBONE, L. P.; HAECKEL, S. H. Managing the total customer experience. MIT Sloan Management Review, v. 43, n. 3, p. 85–89, 2002.

BUHALIS, D.; SINARTA, Y. Real-time co-creation and nowness service: lessons from tourism and hospitality. Journal of Travel & Tourism Marketing, v. 36, n. 5, p. 563–582, 2019.

HOLBROOK, M. B.; HIRSCHMAN, E. C. The experiential aspects of consumption: consumer fantasies, feelings, and fun. Journal of Consumer Research, v. 9, n. 2, p. 132–140, 1982.

LANIER Jr., C. D.; RADER, C. S. Experiential marketing: A review and reassessment. Journal of Marketing Theory and Practice, v. 23, n. 4, p. 359–381, 2015.

LAROCCA, C.; LADEIRA, W. J.; SILVA, D.; MELLO, S. C. B. Marketing de experiência: uma revisão conceitual. Revista Brasileira de Marketing, v. 19, n. 2, p. 232–248, 2020.

PINE II, B. J.; GILMORE, J. H. The experience economy: work is theatre & every business a stage. Boston: Harvard Business School Press, 1999.

SCHMITT, B. H. Experiential marketing: how to get customers to sense, feel, think, act, relate. New York: Free Press, 1999.

SCHMITT, B. H. Customer experience management: a revolutionary approach to connecting with your customers. New York: Wiley, 2003.

SCHMITT, B. H. The changing face of experiential marketing. In: The evolution of marketing. London: Palgrave Macmillan, 2006. p. 118–136.

VIEIRA DOS REIS, A. C.; BRITO, P. Q.; MUSSOI DE FREITAS, A. L. Experiências turísticas memoráveis: uma análise da co-criação de valor. Revista Turismo & Desenvolvimento, n. 33, p. 47–60, 2020.

DWYER, L. Emerging technologies and tourism impacts. Annals of Tourism Research, v. 60, p. 15–29, 2016.

Veja mais notícias sobre marketing.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.