A Governança Corporativa como Diferencial Competitivo para Empresas Familiares

Gestão Estratégica

Por: Cleber Domingues

Em: 4 de setembro de 2024

A Governança Corporativa como Diferencial Competitivo para Empresas Familiares

Você já sentiu que sua empresa, embora bem-sucedida, enfrenta desafios complexos na gestão, hierarquia e tomada de decisão, especialmente na transição para as próximas gerações? 

Talvez esteja preocupado com a dificuldade de profissionalizar a gestão sem perder o controle familiar ou de acessar novos mercados sem comprometer a estrutura atual. Essas são dores comuns entre empresários de médias empresas familiares.

Esses desafios se agravam em um ambiente econômico cada vez mais competitivo, onde as exigências por transparência, responsabilidade social e eficiência operacional estão em alta. As consequências da falta de uma estrutura robusta de governança podem incluir conflitos familiares, dificuldades em atrair investidores e até mesmo a estagnação do crescimento.

A sucessão de herdeiros em empresas familiares é um dos momentos mais críticos do ciclo de vida de um negócio. Entenda:

Vamos olhar para a realidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração, e apenas 5% chegam à terceira geração. Isso ocorre porque muitas dessas empresas não possuem uma estrutura de governança capaz de lidar com as complexidades da gestão moderna e com a sucessão familiar.

Outro dado preocupante é que, segundo um estudo da PwC, 65% das empresas familiares não têm um plano de sucessão formalizado. A ausência de governança bem definida torna a sucessão um dos maiores riscos para a continuidade dos negócios, frequentemente resultando em conflitos que podem ser devastadores.

Exemplos de sucesso, no entanto, não faltam. A Natura, que começou como uma empresa familiar, implementou práticas robustas de governança desde cedo. Isso permitiu à empresa crescer exponencialmente, entrar em mercados internacionais e adquirir grandes marcas como a Avon, tornando-se uma referência global.

A Consultoria de Governança Corporativa ocupa um papel de muito destaque em casos de sucesso neste tipo de desafio empresarial, sendo um norteador importante para proceder de forma segura e estratégica. 

Imagine uma estrutura que permita à sua empresa familiar crescer de forma ordenada, profissionalizada e sustentável, mantendo os valores e o controle familiar. Essa estrutura é como a Norte Mercadológico atua com Governança Corporativa. Entenda o passo a passo deste processo.

1. Profissionalização da Gestão

A governança corporativa promove a separação entre a gestão e a propriedade, permitindo que decisões sejam tomadas com base em critérios profissionais, e não apenas familiares. A criação de um Conselho de Administração com membros independentes, por exemplo, traz uma visão externa e experiente, ajudando a guiar a empresa com imparcialidade e foco estratégico. A presença de conselheiros independentes aumenta a objetividade na tomada de decisões, reduz conflitos de interesse e melhora a credibilidade da empresa perante investidores e parceiros comerciais.

2. Facilitação da Sucessão

A implementação de um plano de sucessão dentro do framework da governança corporativa assegura uma transição suave e planejada, minimizando conflitos e assegurando a continuidade do negócio. Estabelecer regras claras para a sucessão e o envolvimento de herdeiros na governança, desde cedo, é essencial. Um plano de sucessão bem estruturado evita lacunas de liderança, preserva o legado familiar e prepara a próxima geração para assumir o controle com competência.

3. Acesso a Capital e Crescimento

Empresas que adotam boas práticas de governança são mais atraentes para investidores e têm maior facilidade em acessar capital. Isso porque a transparência e a equidade nas práticas de gestão reduzem riscos e aumentam a confiança dos investidores. A governança corporativa melhora a transparência e o controle interno, aspectos fundamentais para a atração de capital externo, seja por meio de investidores institucionais ou de parcerias estratégicas.

4. Sustentabilidade e Responsabilidade Social

Integrar práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance) na governança corporativa não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para empresas que desejam se manter competitivas no longo prazo. Isso envolve adotar medidas que garantam a sustentabilidade ambiental e social da empresa, além de gerar valor para todos os stakeholders. Empresas com práticas de ESG integradas têm melhor desempenho financeiro, são mais resilientes a crises e conseguem criar um diferencial competitivo duradouro.

A Governança Corporativa não é um conceito aberto, mas sim um modelo de trabalho orientado pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), uma organização sem fins lucrativos fundada em 1995, que atua como a principal referência em governança corporativa no Brasil. 

Na 6a edição do Código de Melhores Práticas do IBGC, são considerados os cinco princípios abaixo:

1. Integridade (Legitimidade)

  • Definição: Integridade refere-se ao compromisso das empresas em atuar de maneira ética e alinhada com as expectativas dos stakeholders. Isso envolve a construção e manutenção da confiança a longo prazo, garantindo que as práticas da organização sejam legítimas, éticas e condizentes com os valores e normas sociais.
  • Importância: A integridade é fundamental para a construção de uma reputação sólida e para o fortalecimento da confiança entre a empresa e seus diversos públicos. Empresas íntegras tendem a ser mais resilientes e a atrair melhores investidores e parceiros.

2. Transparência

  • Definição: Transparência diz respeito à abertura e clareza na comunicação de informações relevantes para os stakeholders, indo além das exigências legais e regulatórias. A empresa deve estar disposta a compartilhar informações que possam impactar a tomada de decisão dos interessados.
  • Importância: A transparência fortalece a confiança e permite que as partes interessadas tomem decisões informadas. Além disso, ela é crucial para a prevenção de conflitos e para a promoção de um ambiente de negócios mais saudável.

3. Equidade

  • Definição: Equidade envolve o tratamento justo e igualitário de todos os stakeholders, respeitando seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas. Não deve haver privilégios ou discriminações, independentemente da posição ou influência do stakeholder.
  • Importância: A equidade garante que todas as partes interessadas, desde acionistas minoritários até funcionários e a comunidade, sejam tratadas de forma justa. Isso promove a coesão e o compromisso com os objetivos da empresa.

4. Responsabilização (Accountability)

  • Definição: Responsabilização (ou Accountability) exige que os gestores e órgãos de governança prestem contas de suas decisões e ações, assumindo total responsabilidade por seus atos e suas consequências. Isso inclui a obrigação de explicar as decisões tomadas e garantir que elas estejam em conformidade com os interesses da empresa e de seus stakeholders.
  • Importância: A responsabilização é vital para assegurar que os gestores atuem com diligência e em prol dos melhores interesses da empresa. Ela também é um pilar fundamental para a confiança entre os gestores, o conselho de administração e os stakeholders.

5. Sustentabilidade (Responsabilidade Corporativa)

  • Definição: Sustentabilidade, no contexto da governança corporativa, refere-se à responsabilidade da empresa em considerar o impacto de suas decisões no longo prazo, incluindo aspectos econômicos, sociais e ambientais. Isso visa garantir a perenidade da empresa e seu papel positivo na sociedade.
  • Importância: A sustentabilidade está diretamente relacionada à continuidade dos negócios. Empresas que adotam práticas sustentáveis tendem a ser mais bem vistas pelo mercado, a evitar riscos regulatórios e a contribuir para o bem-estar social e ambiental.

Ação Imediata para Transformar Seu Negócio

A implementação de uma estrutura de governança corporativa em sua empresa familiar não é um luxo, mas uma necessidade estratégica. Ela não apenas prepara sua empresa para os desafios futuros, mas também protege e valoriza o legado que você e sua família construíram. Não espere que problemas como a sucessão ou a falta de acesso a capital ameacem o futuro do seu negócio. Invista na governança corporativa agora e garanta que sua empresa não apenas sobreviva, mas prospere nas próximas gerações. 

A Norte Mercadológico tem experiência de mais de 20 anos de atuação com empresas familiares. Conhecemos os desafios mais comuns e também a importância de equilibrar os desejos e opiniões de todas as gerações da empresa. Nosso papel de mediação e organização perpassa entregas metodológicas e práticas, otimizando os recursos da empresa e norteando-a para horizontes lucrativos. Converse conosco e saiba como podemos elevar o nível do seu negócio.

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